Um grupo de pais de vítimas do incêndio na boate Kiss está planejando processar a Netflix devido à série “Todo Dia a Mesma Noite”. O incêndio, que aconteceu há 10 anos, matou 242 jovens e feriu mais de 600 pessoas.
O coordenador do grupo, Eriton Luiz Tonetto Lopes, perdeu sua filha na tragédia e sente-se injustiado com a série, que dramatiza a história de algumas famílias a partir da tragédia até o julgamento em 2021.
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“Nós fomos pegos de surpresa, ninguém nos avisou, ninguém nos pediu permissão. Nós queremos saber quem está lucrando com isso. Não admitimos que ninguém ganhe dinheiro em cima da nossa dor e das mortes dos nossos filhos”, disse Lopes ao jornal gaúcho ZH.
Muitos pais, inclusive, afirmam ter passado mal por causa da série. “O mínimo que exigimos agora é que uma parte do lucro seja repassada para tratamento de sobreviventes e para a construção do memorial da Kiss. Nós não queremos nenhum dinheiro para nós.”
Pais e apoiadores iniciaram mobilização e criaram um grupo de WhatsApp para discutir o assunto, que eles consideram “exploração financeira da tragédia”, de acordo com a publicação.
Eles não fazem parte da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria, mas estão em um grupo de WhatsApp onde mantém contato e puderam discutir sobre o assunto.
A série é inspirada no livro de mesmo nome escrito pela jornalista Daniela Arbex.
Ela mistura realidade e ficção e é interpretada por atores. A advogada do grupo de pais de vítimas planeja conversar com a Netflix esta semana para tentar um acordo onde parte do lucro da série seja destinada às vítimas, sobreviventes e à construção de um memorial.
Daniela tem esperança que seja viável uma ação por danos morais e sequelas médicas, pois, segundo ela, pais voltaram para a terapia por causa da série.
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Fonte: Olhar Digital
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