Porque tudo o que dizemos é sujeito à interpretação dos outros, um especialista em inteligência emocional aponta 9 frases a não usar (e o que dizer em seu lugar)

Uma empresa que se dedica ao fornecimento de serviços e produtos relacionados com a inteligência emocional, concluiu que a muitos falta “consciência social” – estamos tão concentrados no que vamos dizer e no que os outros nos fazem sentir, que perdemos os nossos interlocutores de vista.

Num artigo publicado originalmente no LinkedIn, Travis Bradberry, co-autor do livro Inteligência Emocional 2.0 e presidente da TalentSmart, sublinha que dizemos muitas vezes coisas que são interpretadas de forma muito diferente da nossa intenção, porque não percebemos as suas implicações. Falha-nos a tal consciência social, que o autor traduz na capacidade de perceber as emoções e experiências das outras pessoas.

Segundo Travis Bradberry, uns “pequenos ajustes” na forma de falar são suficientes para melhorar as relações. E as frases que se seguem cabem na lista das que as pessoas com elevada inteligência emocional evitam a todo custo:

“Você parece cansado/a” – Que aspeto tem uma pessoa cansada? Olheiras, cabelo descuidado, dificuldades de concentração, irritação… Não é um quadro bonito, certo? Dizer a alguém que parece cansado implica tudo isto. Mais vale perguntar: “Está tudo bem?” Mostra preocupação em vez de falta de sensibilidade.

“Você sempre…” ou “Você nunca” – Para começar, isto “nunca” é verdade. Além disso, as frases com estas palavras fazem os outros ficar imediatamente na defensiva e cortam grande parte da possibilidade de diálogo. É melhor apontar diretamente o caso concreto e, caso seja relevante a frequência com que ele ocorre, acrescentar qualquer coisa como “fazes isto com frequência”.

“Como eu disse…” – Todos nos esquecemos de alguma coisa de vez em quando. Esta frase faz com que pareça que é um grande aborrecimento ter de repetir, o que afasta o interlocutor. Por outro lado, quem se aborrece por ter de repetir alguma coisa acaba por parecer inseguro ou que se acha superior aos outros (ou ambos). A opção passa por tentar falar de uma forma mais clara ou mesmo mais interessante, de forma a captar mais a atenção.

“Boa sorte” – Esta é mais sutil, nota o autor. É que, mesmo dita com a melhor das intenções, implica que o outro precisa de sorte para ter sucesso… Será melhor dizer “sei que vais conseguir”.

“É contigo” ou “como quiseres” – Mesmo que para você seja, de fato, indiferente, a sua opinião é importante para quem lha pediu. Pode dizer antes “Não sei bem, mas tens de ter em conta que…” Assim, mostra preocupação mesmo sem dar uma resposta definitiva.

“Pelo menos, eu nunca….” – É uma forma agressiva de mudar o foco da atenção de um erro nosso para um erro (possivelmente antigo) da outra pessoa (e que já devia estar mais que perdoado a esta altura…) O melhor é… claro, pedir desculpa, a forma mais eficaz de impedir uma discussão de subir de tom incontrolavelmente.

“Uau, perdeste tanto peso!” – Também aqui a intenção pode ser a melhor – fazer um elogio – mas soa a uma crítica. Dizer a alguém que emagreceu muito implica que se considerava aquela pessoa gorda ou pouco atraente. A opção é fazer um elogio mais direto, como “Estás ótimo/a!”

“Ele/ela não te merecia” – É uma tentação usar esta frase quando alguém termina uma relação, mas acaba por querer dizer que o interlocutor teve mau gosto ou mau discernimento… “Ele/ela é que está perdendo” é uma boa alternativa.

“Estás ótimo/a para a idade” – É condescente e pouco educado até. Ninguém quer ser “esperto para um atleta” ou “em boa forma para quem está às portas da morte”… “Estás ótimo/a”, ponto.

Sugestão de fonte: Visão







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