Uma discussão sobre preconceito ganhou novo capítulo no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
A ex-atleta de vôlei Sandra Mathias Correia de Sá, filmada chicoteando um entregador com a guia do próprio cachorro, recebeu sentença de primeira instância nesta quarta-feira (2). A decisão reconhece racismo, injúria racial e lesão corporal cometidos em abril de 2023, em São Conrado, zona sul carioca.
Somadas, as punições chegam a 4 anos de reclusão, 4 meses e 20 dias de detenção, além de 30 dias-multa.
Como todas as penas individuais ficaram abaixo de quatro anos e Sandra não tinha condenações anteriores, o juiz Bruno Arthur Manfrenatti fixou o cumprimento em regime aberto.
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No despacho, o magistrado explicou que a ré poderá permanecer em liberdade desde que trabalhe ou estude e compareça periodicamente à Justiça.
Qualquer descumprimento dessas regras pode levar à regressão de regime. A defesa ainda pode recorrer porque se trata de decisão de primeira instância.

O magistrado ressaltou frases ditas por Sandra, como “quem paga IPTU aqui sou eu” e “deveria voltar para o lugar de onde veio”, para demonstrar a tentativa de “estabelecer hierarquia social excludente”.
Ele também registrou termos dirigidos ao entregador Max Ângelo dos Santos — “preto de favela” e “lixo de favela” — como prova do componente racista da agressão.
Joab Gama, advogado de Max, afirmou que a decisão “traz sensação de dever cumprido”, mas lembrou que a reparação civil ainda precisa ser julgada.
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Já Prisciany Sousa, que representa a entregadora Viviane Maria de Souza Teixeira (outra envolvida na confusão), disse esperar que o enquadramento por racismo seja mantido em instâncias superiores.
A confusão aconteceu num domingo de Páscoa de 2023. Depois de cuspir em um grupo de motoboys, Sandra mordeu a perna de uma entregadora, socou Max na cabeça e lhe deu uma chicotada com a coleira. Imagens de celular registraram toda a cena, que viralizou rapidamente.
Após a repercussão, a Prefeitura do Rio suspendeu a escolinha de vôlei onde a ex-jogadora era sócia, e o Conselho Regional de Nutrição abriu processo ético contra ela. Relatórios policiais apontam que Sandra já figurou em outros boletins por lesão corporal, injúria, ameaça, fraude em licitação e furto de energia.
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