A história romântica de Elizabeth da Baviera, que foi a imperatriz da Áustria, e do imperador Franz Joseph I, já foi contada em várias ocasiões, incluindo séries e filmes produzidos pela televisão austríaca.

Embora haja uma trilogia de filmes dirigida pelo cineasta Ernst Marischka, com Romy Schneider no papel principal, poucas vezes a história alcançou algum sucesso internacional. Agora, a série “A Imperatriz”, disponível no catálogo da Netflix, tem o potencial de se tornar popular em todo o mundo.

A Imperatriz foi criada por Katharina Eyssen e tem 6 episódios de uma hora, cujo enredo segue o início do relacionamento de Elisabeth, ou “Sissi” von Wittelsbach, interpretada por Devrim Lingnau, e o imperador austríaco Franz Joseph, interpretado por Philip Froissant.

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A equipe de produção optou por traduzir o nome de Franz para Francisco. No entanto, Elisabeth não é alterado para Isabel, como ela é conhecida em diversos livros de história.

No enredo, a futura imperatriz é apresentada como uma jovem impulsiva e rebelde de 16 anos que rejeita quaisquer pretendentes amorosos, ao passo que sinaliza o desejo de se envolver com um homem que realmente satisfaça sua alma – e não qualquer um.

Ao longo dos episódios, conhecemos Franz, um jovem monarca que busca fazer reformas no império, trazendo, de certa forma, uma visão mais social.

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Esse progressismo de Franz bate de frente no conservadorismo e na sede de poder de sua mãe, a arquiduquesa Sophie (Melika Foroutan), que deseja casá-lo com alguma mulher nobre e assim fortalecer o Império com alianças.

Inicialmente, a ideia era casar o imperador com Helene (Elisa Schlott), irmã de Elisabeth, jovem comportada e mais preparada para ser parte da realeza austríaca.

Claro, as coisas não saem exatamente como o planejado, pois Elisabeth e Franz se apaixonam e se casam.

O roteiro da série “A Imperatriz” apresenta um diálogo inteligente com as produções atuais de conteúdo de época, incluindo referências a obras como “Bridgerton” e “The Crown”. Embora baseado em fatos e eventos históricos, o roteiro é adaptado para tornar a história mais atraente para o público contemporâneo, alterando alguns aspectos do relacionamento dos protagonistas e transformando a vida na realeza em peculiaridades.

No entanto, a série ainda é bem estruturada e busca desenvolver os arcos e personagens de forma mais profunda. A presença constante do arqueduque Maximilian, irmão do imperador, serve como um contraponto à rigidez de Sophie e ao esforço de Franz para seguir as regras. Sophie também é humanizada através de um arco narrativo que questiona os relacionamentos por conveniência na realeza. Enquanto Elisabeth e Franz se casaram por amor, todos os outros relacionamentos são apresentados como parte de um jogo político, trazendo uma discussão mais profunda sobre os desafios enfrentados pelos membros da realeza.

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“A Imperatriz” não se concentra apenas no romance entre Elisabeth e Franz, mas também explora outras tramas, como as tensões políticas entre Áustria e Rússia, e a ameaça de conflito que pode afetar o império austríaco. Embora algumas liberdades históricas tenham sido tomadas em relação aos costumes e conflitos, a narrativa é consistente e coerente.

A série também inclui uma trama de revolução popular, com um grupo “terrorista” infiltrando-se na corte austríaca para assassinar o imperador, bem como uma ameaça de golpe de Estado contra Franz. Embora essas tramas não sejam completamente desenvolvidas, ajudam a mostrar a força e o carisma de Elisabeth. Leontine von Apafi, a revolucionária infiltrada entre as companhias de Elisabeth, passa a ver a corte de uma maneira diferente graças à nova imperatriz, e a possível revolução pode ser a base de uma segunda temporada.

A produção visual de “A Imperatriz” é impressionante, com cenas de palácios e salões suntuosos, acompanhados por figurinos ricos em detalhes que ajudam a construir os personagens, incluindo vestimentas masculinas coloridas que reforçam a vaidade dos membros da corte.

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Devrim Lingnau brilha como a protagonista Elisabeth, alternando habilmente entre o drama da corte e seu espírito livre, tornando a série uma surpresa agradável. Combinando fatos e personagens históricos a elementos de ficção, “A Imperatriz” cria um drama pop e de fácil consumo, com tramas introduzidas na primeira temporada que podem ser desenvolvidas de maneira natural em novos episódios.

Embora não seja tão sensual quanto “Bridgerton”, a série tem seus momentos, e também não é tão formal quanto outros dramas de época. É justamente nessa combinação de referências e linguagens que “A Imperatriz” encontra seu lugar em uma plataforma tão disputada.

Assista ao trailer:

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Fonte: Colunista Rafa Braz







Gabriel tem 24 anos, mora em Belo Horizonte e trabalha com redação desde 2017. De lá pra cá, já escreveu em blogs de astronomia, mídia positiva, direito, viagens, animais e até moda, com mais de 10 mil textos assinados até aqui.