Mia Couto, grande escritor moçambicano muito lido no Brasil e festejado em todo o mundo, especialmente nos países de lingua portuguesa, gravou um vídeo em que mostra a diferença dos dados mortais da covid-19 em Moçambique e no Brasil. No vídeo, ele aponta a seriedade no trato da questão por parte do governo moçambicano e aponta a incoerência do governo brasileiro.

“Tenho uma ligação profunda com o Brasil e por isso quero dizer uma coisa aos brasileiros. Eu quero dizer que o meu país teve, durante todo o período da Covid, só 2.200 mortos, esse era o número de brasileiros que morria por dia. Por que é que foi diferente? Por que é que Moçambique, digamos, teve esta grande vitória e o Brasil teve essa grande derrota?”, questiona Mia Couto.

O autor prossegue:
O presidente de Moçambique e o governo moçambicano levaram a sério, promoveram a vacina promoveram uma atitude de consciência nas pessoas e o presidente do Brasil não teve isso. E isso não é uma questão de ordem política, é uma questão do respeito pelos outros, pela vida, pela ciência”, critica o escritor.

“Por esta razão, eu quero dizer e apelar para que votem pelo Lula, votem por alguém que respeite os brasileiros, pela vida das pessoas, pela ciência e que é alguém que está construindo um novo Brasil”, finaliza Mia Couto.

Mia Couto é autor do clássico “Terra Sonâmbula”, que aborda os horrores da guerra civil em Moçambique e de muitas outras obras, quase todas publicadas no Brasil. A literatura produzida por Couto é considerada uma das mais importantes do mundo, tanto em nível mundial, quanto na esfera na lusofonia.

Confira:

Em recente entrevista para o site UOl, o escritor falou sobre a eleição ser mais do que aparenta ser, tratando-se de uma “escolha quase de civilização”:

“Eu, como tenho uma natureza pessimista, tinha uma grande esperança, mas não tinha uma grande convicção de que o Lula fosse ganhar. Acho que posso falar à vontade porque eu não sou brasileiro, não tenho que tomar opções partidárias, mas neste caso estamos perante uma situação que temos um candidato, que é o Lula, que representa a democracia, que representa o respeito pelas instituições, pela vida. Portanto, acho que a escolha agora não é só uma escolha política, mas uma escolha quase de civilização”, afirmou Mia.







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