Que o futebol brasileiro tem imensa tradição e história ninguém será louco de negar, com só Pelé sendo mais importante para o esporte que clubes e países inteiros. Mesmo assim é comum ver nas redes sociais uma enorme repercussão com os jogos dos clubes europeus e grandes quantidades de torcedores brasileiros que têm seus times do coração em países como Inglaterra, Espanha, França, Itália e Alemanha, especialmente. 

Mas como começou esse fenômeno? E os clubes brasileiros correm risco de perder relevância e torcida?

É fácil apontar a globalização como a “culpada” ou o ponto zero dessa torcida por clubes europeus. Antes do fim dos anos 90 existiam jogadores brasileiros de sucesso na Europa, inclusive casos como o de Mazzola, que jogou a Copa do Mundo de 1958 pelo Brasil e depois, por jogar na Itália, ser descendente de italianos e não poder ser convocado para a seleção do Brasil, jogou a Copa de 1962 pelo país europeu.

Mas foi a partir do fim dos anos 90 com a explosão de jogadores brasileiros nas ligas europeias, a transmissão constante dos campeonatos, inclusive a Champions League, por canais da TV fechada e aberta e, por fim, a internet, que essas fronteiras e a distância se perdeu.

Hoje é possível assistir os jogos na televisão (ou até no computador e celular), palpitar nos jogos usando uma plataforma como a Sportsbet.io, que oferece jogos de todos os principais campeonatos e até de divisões inferiores ou de país sem tanta tradição, como Israel, Islândia e Eslováquia e torcer.

Portanto essa proximidade com certeza é um fator. Uma questão mais psicológica também pode ter um grande peso. Se os mais velhos podem ser mais tradicionalistas e se negar a torcer por um clube a milhares de quilômetros, os mais jovens podem ter essa torcida por qual clube prestar atenção e gastar sua energia como uma grande decisão que é só deles. Afinal, a torcida por um clube brasileiro muitas vezes segue uma torcida de família ou então a cidade onde mora. A escolha pelo time da Premier League é só sua.

Por fim, a justificativa mais óbvia é o espetáculo, o produto oferecido. Os melhores jogadores brasileiros estão na Europa ou a caminho da Europa. Os clubes da Premier League têm enormes receitas e a possibilidade de adquirir talentos por todo o globo.  Na mesma liga brilham o sul-coreano Son Heung-min, o senegalês Sadio Mane, o brasileiro Alisson e o português Cristiano Ronaldo.

O talento é sem paralelos, assim como a qualidade dos jogos, também melhorada pelos gramados impecáveis e os estádios incríveis, desde os mais modernos, como o novo estádio do Tottenham, até a tradição de Old Trafford ou o charme de estádios menores como Carrow Road em Norwich ou Elland Road em Leeds.

Essa busca pelo espetáculo e o entretenimento é completamente justificável e também tem paralelos no futebol brasileiro, com o Flamengo conquistando pessoas no Norte, Centro-Oeste e Nordeste do país e torcedores para toda a vida com a geração de Zico sendo exibida nas telas da Rede Globo.Os clubes brasileiros têm raízes fortes fincadas e enormes torcidas em suas cidades e estados. Mas é inegável que a conquista dos mais jovens não é mais garantida e a profissionalização dos clubes e melhor visão de oportunidades e o produto oferecido são necessidades básicas.







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