Você provavelmente já cruzou nas redes com o desenho que, de um ângulo, mostra uma moça elegante de perfil e, de outro, revela o rosto de uma senhora de nariz proeminente. À primeira vista, o cérebro escolhe apenas uma das figuras.
O detalhe curioso: pesquisadores descobriram que esse “primeiro olhar” tende a variar conforme a idade do observador.
O esboço conhecido como My Wife and My Mother-in-Law surgiu num cartão-postal alemão do fim do século XIX, mas ganhou fama mundial ao ser publicado na revista americana Puck, em 1915, pelo cartunista William Ely Hill. Desde então, virou material obrigatório em aulas de psicologia da percepção e em testes virais na internet.

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O estudo que colocou a teoria à prova
Em 2018, a Universidade de Flinders, na Austrália, mostrou a imagem por meio segundo a 393 voluntários norte-americanos — homens e mulheres entre 18 e 68 anos, média de 32. Logo depois, perguntou quem eles tinham visto primeiro e qual a idade estimada daquela pessoa.
A maioria dos participantes com menos de 30 anos identificou a jovem; já o grupo acima dos 30 apontou primeiro a senhora. O psicólogo Mike Nicholls, líder da pesquisa, concluiu que nosso cérebro aplica sem perceber um “viés do grupo etário”: prestamos atenção primeiro a rostos que parecem pertencer à nossa faixa de idade.

Por que o cérebro faz isso?
Segundo os autores, rostos que lembram o nosso grupo social recebem processamento visual mais rico — o fenômeno é parecido com reconhecer amigos em meio à multidão. A preferência inicial é automática, mas dura pouco: basta alguns segundos para encontrar a segunda figura na ilustração.
Esse curto atraso, porém, já basta para revelar como filtros sociais — no caso, idade — modulam a percepção antes mesmo de raciocinarmos sobre o que estamos vendo.

O que significa ver “a outra” primeiro?
Caso você tenha mais de 30 e tenha visto a moça primeiro, a pesquisa sugere que seu cérebro continua sensível a rostos mais jovens.
Entre os universitários que enxergaram primeiro a senhora, os autores levantam a hipótese de maior convivência com pessoas mais velhas ou simples variação de atenção momentânea — ninguém sai do teste com diagnóstico de maturidade “fora da curva”.
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