Nos últimos anos, os movimentos ultranacionalistas, tanto à direita quanto à esquerda, têm se revelado como desafios persistentes para uma América em constante evolução. Estes movimentos, agora mais exacerbados nos confins da nação mais rica do mundo, têm gerado controvérsias e reflexões entre a população esclarecida e têm encontrado apoio fervoroso entre os estratos mais simples, muitas vezes afetados por questões como desemprego, violência e precarização de serviços essenciais, como saúde e educação.

James DeMonaco desempenhou um papel fundamental na criação da identidade da franquia de terror “Uma Noite de Crime”. Ao longo de oito anos, a série mergulhou nas entranhas do pânico americano, abordando temas sensíveis como imigração ilegal, aversão a estrangeiros, ineficácia do poder constituído e as consequências carniceiras desses processos sociais.

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Agora, com o lançamento de “Uma Noite de Crime: A Fronteira”, o desfecho dessa série de cinco filmes, o cineasta mexicano-americano Everardo Valerio Gout junta-se a DeMonaco e Gerard McMurray, diretor do quarto episódio, para reforçar a mensagem de resistência contra a tentação perigosa e mortal da autocracia nos Estados Unidos.

Retornando como roteirista, DeMonaco recapitula as melhores sequências apresentadas entre 2013 e 2021, incluindo os vinte episódios distribuídos em duas fases pela USA Network. No entanto, o filme destaca-se pela escolha cuidadosa do elenco, mantendo a vitalidade artística e afastando-se de divagações filosóficas sobre a legitimidade do Dia do Expurgo, promovido por uma lei presidencial.

A trama concentra-se em Adela, uma trabalhadora em um frigorífico, e seu marido Juan, um vaqueiro em um rancho isolado no coração do Texas. Esses personagens tornam-se os heróis improváveis diante de vândalos disfarçados de coelhos, determinados a causar caos, mesmo após o término do Expurgo.

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O enredo se desdobra de maneira envolvente, especialmente após a armadilha letal enfrentada por Adela na tentativa de salvar um bode do sacrifício iminente. O filme destaca a performance cativante de Ana de la Reguera e Tenoch Huerta, enquanto a trama se desenvolve, especialmente após a intervenção de Darius, interpretado por Sammi Rotibi, afro-americano e superior de Adela no frigorífico, que se sacrifica em prol dela.

Do desenrolar desse ponto até a conclusão, “A Fronteira” adquire nuances que lembram de certa forma “Jogos Vorazes”, mas com uma abordagem mais elaborada em suas análises sociológicas. O filme provoca reflexões sobre o futuro dos Estados Unidos nos próximos dez meses, ressaltando a importância do eleitor americano manter em mente este terror ultrarrealista. A arte, mesmo quando expressa em formas absurdas, continua a ser um salvaguarda. O último capítulo dessa franquia aclamada agora está disponível na Netflix, oferecendo uma experiência cinematográfica intensa e provocativa.

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Fonte: Olhar Digital







Gabriel tem 24 anos, mora em Belo Horizonte e trabalha com redação desde 2017. De lá pra cá, já escreveu em blogs de astronomia, mídia positiva, direito, viagens, animais e até moda, com mais de 10 mil textos assinados até aqui.