Megan Hess, 46, proprietária de uma funerária no estado do Colorado, EUA, foi condenada a duas décadas de prisão por comercializar restos mortais de centenas de cadáveres sem a autorização das famílias.

À Justiça, Megan admitiu o crime e também confessou que entregava cinzas falsas aos familiares dos falecidos.

Antes da prisão, ela administrava a funerária Sunset Mesa na cidade de Montrose.

Ao longo de uma extensa investigação policial, descobriu-se que ele vendeu cerca de 560 cadáveres para uso em pesquisas não regulamentadas. Assim como Megan, sua mãe, Shirley Koch, 69, admitiu ser cúmplice e foi condenada a 15 anos de prisão.

“Elas usaram a casa funerária para roubar corpos e partes deles usando formulários de doação fraudulentos”, disse o promotor Tim Neff no processo. “A conduta de Hess e Koch causou imensa dor emocional às famílias e a parentes próximos das vítimas.”

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Nos Estados Unidos, qualquer comercialização de órgãos, como corações e rins, é ilegal e passível de prisão.

No entanto, a lei abre brechas para outras partes do corpo, como braços, cabeça e coluna – que em tese podem ser vendidas (com autorização prévia) para fins de pesquisa ou educação. Essa especificidade não é regulamentada pela legislação, e Megan sabia disso.

A Promotoria do Colorado alega que mãe e filha cometeram os crimes de fraude e de roubo, já que as famílias não autorizaram a comercialização dos restos mortais.

Ademais, o inquérito aponta que elas também vendiam partes com doenças infecciosas, o que também é ilegal. Para piorar, as empresas não tinham conhecimento de que estavam adquirindo partes humanas obtidas de forma fraudulenta.

Megan e Shirley foram detidas em 2020, época em que afirmaram que algumas famílias concordaram em doar pequenas amostras, como fragmentos de pele, para fins científicos. Entretanto, a comercialização de “partes do corpo ou de corpos inteiros” não foi autorizada.

Elas cometeram os crimes entre 2010 e 2018.

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Na funerária, Megan cobrava US$ 1.000 (R$ 5.445) para cremar corpos — e devolver as cinzas dos restos mortais às família. Ela também oferecia cremações gratuitas em troca da doação de um corpo.

No julgamento organizado pelo estado do Colorado, a defesa da empresária associou o crime a uma lesão cerebral sofrida por Megan quando tinha 18 anos, o que teria provocado um “declínio cognitivo observável”.

“Minha cliente vem sendo chamada injustamente de bruxa e de monstro”, disse seu advogado. “Ela cooperou com as autoridades e infringiu a lei num esforço equivocado para ajudar a filha e em busca de curas médicas”, completou.

Em contraparte, os promotores enfatizaram a natureza macabra do esquema e descreveram o caso como um dos mais chocantes da história recente dos EUA. “Este é o caso emocionalmente mais desgastante que já vi no tribunal”, disse a juíza Christine Arguello durante audiência realizada na terça-feira (3 de janeiro).

No tribunal, representantes de 26 vítimas descreveram o horror ao descobrir o que havia acontecido. “Desmembraram nossa mãe. Não temos nem sequer um nome para um crime tão hediondo”, disse Erin Smith. “Nunca ficarei bem”, acrescentou Tina Shanon.

Pelo menos duzentas famílias foram enganadas ao longo de quase uma década.

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Fonte: UOL

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Gabriel tem 24 anos, mora em Belo Horizonte e trabalha com redação desde 2017. De lá pra cá, já escreveu em blogs de astronomia, mídia positiva, direito, viagens, animais e até moda, com mais de 10 mil textos assinados até aqui.