Na missa de sétimo dia de Preta Gil, celebrada no Leblon, Gilberto Gil interrompeu o silêncio que vinha mantendo desde o falecimento da cantora. Com voz baixa, mas firme, ele explicou que a família atravessou dois anos tentando se preparar para a despedida — sem nunca, de fato, conseguir aceitá‑la.
Ao lado da esposa, Flora, e do neto Francisco, Gil descreveu o tratamento da filha como um período em que cada pequeno avanço alternava esperanças e recaídas. Disse também que a memória de Preta já se transformou em ponto de encontro entre os parentes, “um jeito de lembrar que carinho não acaba quando a pessoa parte”.
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No mesmo depoimento, ele admitiu que a morte provocou uma reformulação interna na família: “a falta dela faz todo mundo se tratar com mais cuidado”, comentou, reforçando que o legado de afeto de Preta será cultivado em conversas e canções futuras.
A artista morreu no dia 20, aos 50 anos, depois de uma longa luta contra um câncer no intestino. Ela estava em Nova York para uma sessão de quimioterapia quando o quadro piorou; quatro dias depois, a doença já havia avançado de forma irreversível.
Preta foi velada e cremada em cerimônia reservada, mas amigos e fãs lotaram o Rio de Janeiro com homenagens — dos carros que tocaram seus hits a painéis luminosos com mensagens de gratidão. Gil agradeceu cada gesto, afirmando que a energia do público ajudou a tornar o luto “um pouco mais suportável”.
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