Rezar muitas vezes pode ser o refúgio para muitos problemas que acreditamos não ter solução. Mas será que apenas isso basta? Poderíamos nós, como pessoas, olhar para esses problemas de outra perspectiva? Aliás, eles são realmente insolucionáveis ou você simplesmente não faz por onde?

Confira a reflexão de Mário Sergio Cortella:

Uma das pessoas que eu mais admiro no campo do pensamento é um italiano que viveu no século VI, que é Benedito de Nursia, que católicos, anglicanos, ortodoxos, chamam de São Bento.

Aliás, ele é um homem tão especial que fundou uma ordem religiosa que é a primeira das grandes obras religiosas: a Ordem Beneditina.

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Esse homem, São Bento, espalhou pelo mundo conventos. O Brasil tem vários deles, a capital tem um não é ali no largo São Bento. Rio de Janeiro tem defronte do aeroporto Santos Dummond. Recife também tem em Olinda e assim por diante.

Bento de Núrcia ou São Bento para fazer a ordem funcionar, para ficar com as coisas adequadas, criou um lema para a ordem.

Esse lema, você conhece em latim. Ele é ‘Ora et labora’. Isto é… Reze e Trabalhe.

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Reze e trabalhe, pois só rezar as coisas não acontecem, e só trabalhar sem reverência, sem gratidão, as coisas perdem sentido.

Não adianta, eu olhar alguém que está com frio do meu lado em São Paulo ou com fome dizer: ‘Tô rezando por você’. Podem até consolá-lo, mas não resolve.

A resolução vem no passo, no movimento. ‘Estou rezando para dar certo o trabalho que a gente está fazendo’, então você está rezando, aproveite, venha. Coloque a tua vontade, a tua volutas, o teu voluntariado. Teu desejo também nisso, claro. Por isso rezem e trabalhem.’

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Mas São Bento fez uma coisa mais gostosa: Ele fez um regulamento para essa ordem. Isto é um conjunto de regras que diz o que o monge pode e não pode fazer. Deve e não deve fazer, aliás, o monge que desobedecer essa regra, o seu conjunto de normas. Ele é mandado embora da hora.

E dessas regras de São Bento a que eu mais aprecio é a regra de número 34: Essa regra devia estar no alto de todas as escolas, hospitais, todos os tribunais, todas as empresas.

A regra 34 de São Bento, diz: “É proibido resmungar. Não é proibido discutir, nem debater, nem discordar. É proibido, apenas, resmungar”.

Sabe gente que só resmunga ao invés de fazer alguma coisa? Que passa o tempo todo amaldiçoando na escuridão ao invés de acender vela?

Você conhece gente que resmungona! Normalmente aquela que anda rápido levantando poeira.

Na minha região, no Paraná, a gente diz: “Muito cuidado com gente que levanta poeira quando anda o que bate chinelo”. Normalmente não estão fazendo nada. Estão só simulando um bailado da vagabundagem.

É aquela pessoa que passa o tempo todo andando para lá e para cá não faz nada. Chega no fim da tarde e diz: “Estou acabado”.

É proibido resmungar, não é proibido discutir ou debater o discurso.

Sabe gente que só resmunga? É aquela pessoa que prefere reclamar, em vez de agir. Claro que a gente tem de reclamar, a gente precisa ser capaz de reivindicar, mas só isso.

E eu costumo dizer que essa pessoa que gosta muito e bastante de resmungar ela tem uma característica. Todo resmungão, toda resmungona é pessimista. Porque a melhor maneira de não precisar fazer nada é acreditar que não adianta tentar fazer alguma coisa.

A melhor maneira de não precisar se mexer e achar que não adianta se mexer. Porque é quando já não quer se mexer, você começa a dizer que não adianta tanto a fazer nada.

Alias, a única coisa que a pessoa vagabunda faz é sentar e esperar dar errado. Aí você fala assim: ‘Mas não está dando errado’, ela fala: ‘Espera que você vai ver’.

Se você diz: “Nós vamos fazer um evento lá no ténis e vamos colocar 1200 pessoas para juntar recursos”.

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Ela responde: ‘Para, não adianta, esse catálogo não funciona. A sociedade não é assim, o povo não quer saber.’

Olha pessoal, aliás, todo vagabundo, todo vagabundo que é resmungão, tem outra característica: Passa o tempo todo andando para lá e para cá dizendo ‘Que horror alguém tem que fazer alguma coisa’.

Por isso, uma pessoa que não é resmungona, ela tem uma característica, ela é otimista. Otimista não pode ser ingênuo, tem que ser otimista, crítico.

A pessoa que é otimista crítica, é aquela que sabe que não dá para fazer tudo, mas nós não somos incapazes de fazer algo.

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Eu não posso imaginar que tudo é possível se não houver um esforço coletivo, mas também não pode achar que nada é possível.

O otimista crítico é aquela pessoa que procura fazer aquilo que deve ser feito e essa pessoa se dedica exatamente aí, buscar o melhor na condição que ela carrega.

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Fonte: Canal Do Cortella

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Gabriel tem 24 anos, mora em Belo Horizonte e trabalha com redação desde 2017. De lá pra cá, já escreveu em blogs de astronomia, mídia positiva, direito, viagens, animais e até moda, com mais de 10 mil textos assinados até aqui.