Nas últimas semanas, muita gente se pegou maratonando lançamentos bombásticos, mas o Top 10 brasileiro da Netflix abriu espaço para um título de 2001 que reúne viagem no tempo, humor sem cynismo e um Hugh Jackman ainda longe das garras de adamantium. “Kate & Leopold” ganhou novo fôlego no streaming e virou indicação certeira para quem quer leveza conduzida por um elenco afinado.

Logo de cara, o filme mostra o cientista Stuart (Liev Schreiber) descobrindo uma fissura temporal na ponte do Brooklyn. Ele atravessa o portal, pisa em 1876 e, na confusão, traz de carona seu tataravô: Leopold, duque que domina a arte de inventar o elevador, mas não faz ideia do que seja metrô, delivery ou wi‑fi.

O choque cultural fica maior quando o nobre cruza o caminho da ex‑namorada de Stuart, a executiva workaholic Kate (Meg Ryan), que precisa cuidar do visitante até achar um jeito de devolvê‑lo ao século XIX.

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Química que vai além do roteiro

Meg Ryan — veterana das comédias românticas dos anos 90 — usa timing cômico para mostrar uma protagonista pragmática que, aos poucos, cede ao charme educadíssimo de Jackman.

Ele, por sua vez, troca as futuras garras de Wolverine por floreios de etiqueta, resultando num contraste que garante risos e certo frescor ao clichê “opostos se atraem”.

Completam o time Breckin Meyer como o irmão de Kate, Natasha Lyonne como colega de trabalho cheia de opiniões, e o próprio Schreiber, responsável pelo caos científico.

Detalhes de bastidor que pouca gente lembra

Dirigido por James Mangold (“Logan”, “Ford vs Ferrari”), o longa custou cerca de US$ 48 milhões e arrecadou US$ 76 milhões no mundo — número modesto, mas que garantiu lucro para a Miramax.

A trilha sonora inclui “Until…”, balada escrita e cantada por Sting que venceu o Globo de Ouro e ainda disputou o Oscar de Melhor Canção Original em 2002.

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Por que o filme envelheceu bem

Ao trocar reviravoltas mirabolantes por situações cotidianas — como Leopold tentando cozinhar no micro‑ondas ou explicar o corte de um terno — o roteiro entrega romance sem açúcar em excesso.

Hoje, em meio a fórmulas cada vez mais meticulosas, esse clima despretensioso funciona quase como antídoto para quem já cansou de plots supercomplexos.

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Gabriel tem 24 anos, mora em Belo Horizonte e trabalha com redação desde 2017. De lá pra cá, já escreveu em blogs de astronomia, mídia positiva, direito, viagens, animais e até moda, com mais de 10 mil textos assinados até aqui.