Ardilosa e cuidadosamente pensada, a série belga Doze Jurados consegue mantém um agudo suspense sobre um duplo homicídio. Ao mesmo tempo, também colocar em xeque a própria instituição do Tribunal do Júri, herança do Direito Romano que ainda é foco de calorosos debates.
Entre as séries mais vistas da Netflix no Brasil, na atualidade, o foco recai tanto na trama criminal em si mesma quanto na diversidade dos integrantes do júri, pessoas sem formação jurídica e sem experiência na esfera criminal a quem é dada a difícil tarefa de definir a a vida da acusada.
A abordagem singular enriquece a trama, trazendo reflexões sobre a realidade do sistema criminal dos países que instituíram essa forma de julgamento, expondo as personalidades dos integrantes do júri. Mostra o quanto a bagagem existencial de cada um, sua formação pessoal e cultura, podem resultar em decisões tendenciosas.
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O caso em julgamento
Em Doze Jurados, Frie Palmers (Maaike Cafmeyer), uma diretora de escola que vai a júri popular acusada do assassinato de sua filha de 4 anos, cuja guarda perdera para o ex-marido. Não fosse o bastante, a trama se desdobra de modo a fazer com que a ré também seja julgada pelo homicídio de sua amiga de adolescência Britt, desaparecida há 20 anos.
Frie afirma que é inocente de ambas as acusações. Contudo, pesa contra ela, além de algumas evidências, a opinião pública nada simpatizante da acusada.
Diante de tudo isso, caberá ao tribunal popular o julgamento da senhora Palmers. Nesse momento, a personalidade de cada jurado escolhido fica evidenciada, mostrando o quão frágil pode ser a instituição do júri. Mas, será que, embora frágil, não seria o júri a melhor opção em contraposição ao julgamento de um juiz douto e singular?
A série levanta dúvidas, mas não é enfática na objeção ou defesa do tribunal do júri. Apenas nos faz refletir.
Assista ao trailer:
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