Algumas histórias funcionam como poeira de estufa: parecem inofensivas até que o calor certo exponha o que estava escondido. “Sob um Sol Sombrio” (Under a Dark Sun) faz exatamente isso — planta pequenas fissuras ao longo dos episódios e, nos minutos finais, reorganiza culpas, afetos e certezas do espectador.

A trama acompanha Alba, mãe solo tentando recomeçar ao ser contratada numa tradicional fazenda de flores no sul da França.

Quando o patriarca Arnaud é encontrado morto, ela vira suspeita e, em sequência, descobre uma herança e ligações familiares que ninguém tinha coragem de nomear.

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O eixo deixa de ser apenas “quem matou?” e passa a ser o que uma família é capaz de encobrir para preservar seu próprio mito.

O efeito é potencializado por escolhas de elenco e ambientação. Ava Baya conduz Alba com uma contenção que abre espaço para leituras morais mais incômodas, enquanto Isabelle Adjani empresta gravidade às rachaduras daquela dinastia.

A fotografia ensolarada da Riviera contrasta com o clima de sala fechada — bonito por fora, irrespirável por dentro.

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E os tais últimos 10 minutos? Sem entregar tudo: a resposta para a morte de Arnaud surge de um lugar íntimo (e pouco digno), um erro fatal cometido por quem tenta proteger a família muda o tom do caso, e um acordo silencioso redefine quem será lembrado como culpado.

O desfecho oferece encadeamento e, ao mesmo tempo, nega conforto — o tipo de final que faz você revisitar cenas em busca de sinais que estavam lá desde o começo.

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Ficha rápida: minissérie francesa, 6 episódios, classificação 16+; criação de Nils-Antoine Sambuc; direção de Marie Jardillier; estreia em 9 de julho de 2025; disponível na Netflix.

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Gabriel tem 24 anos, mora em Belo Horizonte e trabalha com redação desde 2017. De lá pra cá, já escreveu em blogs de astronomia, mídia positiva, direito, viagens, animais e até moda, com mais de 10 mil textos assinados até aqui.